Tainara Valim Souza - Psicóloga Clínica e Educacional - Credenciada ITESC
A depressão pós-parto é um assunto extremamente importante, pois pode provocar prejuízos na qualidade de vida da mãe, desajustes na dinâmica familiar e na vida mãe-bebê. Verifica-se que as mães com DPP interagem menos com seus bebês, tocam menos, olham e falam pouco, ou seja, são menos afetivas.
Aspectos importantes como amamentação, que é um momento íntimo entre mãe e bebê podem sofrer prejuízos. Observa-se também, que quando os sintomas depressivos são intensos no início do período puerperal, pode haver chance, ainda maior de suspensão ou impedimento do aleitamento. Desta forma, quanto mais grave for a DPP, mais chances de prejuízos na relação mãe-bebê e no desenvolvimento da criança.
Quando acontece a DPP, é comum os bebês interagirem pouco, respondendo com pouca reciprocidade. Podem apresentar expressão emocional diminuída, ficar irritados e mais chorosos. Problemas de sono, alimentação e menor desenvolvimento motor também podem acontecer.
As mães podem mostrar medo e insegurança no manejo com os bebês, mostrando-se confusas para resolução de problemas.
Sabe-se que, a DPP tem como associações o histórico familiar da mãe (transtornos depressivos e outros), a história da gravidez durante o período de gestação, eventos estressores, relacionamento conjugal, situação financeira ou até mesmo uma gravidez não desejada.
Estudos mostram que a queda rápida dos hormônios, que ocorre no pós-parto está implicada na exacerbação e precipitação dos transtornos de humor.
O TRATAMENTO NO PÓS-PARTO SE DÁ PELA REDE DE APOIO no puerpério, que é formado por profissionais e pessoas próximas da mãe e do bebê, como familiares e pessoas de vínculos emocionais próximas. O tratamento medicamentoso com antidepressivos costuma ser a primeira linha de tratamento. O acompanhamento com médico especialista é extremamente importante, pois a medicação dará suporte para que a mãe e seu bebê possam ter sucesso no tratamento com os profissionais de saúde mental, em especial o psicólogo que encaminhará o processo psicoterápico.
Os sintomas de depressão pós-parto costumam ser:
Humor deprimido ou mudanças de humor severas; choro excessivo; dificuldade de desenvolver uma ligação amorosa com o bebê; afastamento da família e dos amigos; alterações no apetite: falta de apetite ou comer muito mais do que o habitual; incapacidade de dormir ou dormir demais; fadiga abrupta ou perda de energia; redução do interesse e prazer nas atividades que costuma realizar; intensa irritabilidade e raiva; medo frequente de não ser uma boa mãe; sentimentos de inutilidade, vergonha, culpa ou inadequação; diminuição da capacidade de pensar com clareza, concentrar-se ou tomar decisões; ansiedade grave e ataques de pânico; pensamentos relacionados a prejudicar a si mesma ou ao bebê; pensamentos recorrentes de morte ou suicídio.
Verifica-se que as famílias focam quase toda a atenção para o bebê, esquecendo a mãe na maioria das vezes, quando a atenção teria que ser concentrada em ambos.
Para quem quer se preparar para a maternidade, é importante pensar na prevenção emocional com suporte de uma rede de apoio. A depressão-pós-parto tem prevenção e deve servir como faróis de alerta para a família. A preparação vem de motivação (motivo para a ação), boa autoestima, bom relacionamento conjugal, suporte social adequado, preparação física e psicológica para as mudanças advindas com a maternidade.
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